Acabamentos Especiais
Cada um dos materiais, com os quais trabalhamos, podem receber diversos tipos de acabamento.
E como optar qual o melhor acabamento? Essa escolha deve ser definida com base na utilização e na localização de cada móvel.
Cada acabamento exige um cuidado específico na sua manutenção e é também recomendado para um uso específico.
Vamos apresentar aqui cada um deles para ajudá-lo a escolher o mais adapto à sua necessidade.
Laminados naturais
Os laminados naturais são retirados da natureza e necessitam de acabamento complementar em verniz, stain ou cera.
Laminas ou folhas de madeira
As lâminas de madeira são utilizadas para revestir painéis usados na fabricação de móveis e outros utensílios. Sua produção é feita a partir de um processo de faqueação, no qual retiram uma fina lâmina contínua, cujo comprimento e largura variam com as dimensões da tora processada. A faqueação tem como grande vantagem a manutenção das características estéticas originais da madeira, em termos de desenhos das fibras e coloração. Com isso, é possível por meio do revestimento, por exemplo, dar a mesma aparência (veios, nós e fibras) de uma peça maciça, a um painel de MDF, Compensado ou Aglomerado.
Laminas ou folhas de Rádicas
Entre as espécies de lâminas de madeira, destacam-se as rádicas, que apresentam características muito peculiares. São lâminas provenientes de partes nodosas das arvores. O seu corte pode ser feito em galhos, forquilhas, raízes e troncos atravessados. Cada rádica tem seu desenho proveniente da natureza e oferece assim um efeito especial aos móveis.
Lâminas ou folhas pré-compostas
São lâminas produzidas a partir de madeiras de reflorestamento, as lâminas são torneadas, tingidas, coladas e prensadas formando um bloco. De acordo com o número de vezes que o bloco é faqueado, surgem os vários padrões (desenhos) da lâmina. Esse processo é feito com a ajuda de computadores. Dessa forma, as lâminas são usadas com vantagens em reforma de móveis, ou para fazer os móveis por etapas, já que o marceneiro poderá encontrar uma mesma tonalidade usada em um móvel já feito (que tenha sido produzida com a mesma lâmina de madeira pré-composta). A colagem pode ser feita por processo a frio ou quente, com cola branca (PVC) ou à base de ureia-formol.
Laminados
Este material para acabamento decorativo tornou-se muito conhecido pelo nome de um dos seus principais fabricantes: Formica. Hoje existem no mercado diversos fabricantes do laminado melamínico, com diversos novos sub-produtos a partir do revestimento em melamina, e também a partir de novos materiais, como o PVC.
Finish Foil (FF)
O revestimento Finish Foil é produzido através da pintura de bobinas de papel com tintas apropriadas. Sobre estes papéis são aplicadas as tintas para produzir o padrão de cor desejado, reproduzindo o efeito madeirado ou simplesmente padrões unicolores.
Em seguida o mesmo recebe um acabamento intermediário (FF reenvernizável) ou o acabamento final, neste caso são mais comuns os acabamentos acrílico-melamínico e o com cura UV.
O Finish Foil é obtido após a prensagem do papel impresso sobre a chapa. O processo produtivo inicia-se com a alimentação automática das chapas de madeira (aglomerado ou MDF), aplicação do catalisador e da resina uréia-folmadeído separadamente e aplicação do papel através de sistema com calandras aquecidas, para obtenção do produto final.
A colagem do papel sobre as chapas também pode ser feita pelo sistema de prensa hidráulica no lugar da calandra.
Devido à temperatura do processo de prensagem (120 – 150 oC) e a imperfeição da superfície das chapas de madeira onde o papel é colado, os acabamentos brilhantes em FF ficam prejudicados e não alcançam brilho superior a 70 UB. Onde se deseja um acabamento com alto brilho em FF (maior que 90 UB) é necessário aplicar um verniz de acabamento após a prensagem do papel na chapa de madeira. Nestes casos utilizam-se as chapas de FF reenvernizáveis, pois permitem a adesão do acabamento final, onde geralmente são aplicados vernizes com cura UV.
Baixa Pressão (BP)
Neste processo o papel decorativo (melamínico) é prensado sobre o painel de MDF, sem a utilização de cola. O papel melamíco de baixa pressão é estocado em ambiente climatizado, de forma a manter as propriedades da resina. Após a impregnação do papel com resina dá-se a montagem e o conjunto é levado a uma prensa plana na qual sofre os efeitos de temperatura e pressão, fundindo o papel ao painel, originando o revestimento BP.
É mais resistente que o FF, também tem melhor aparência e é um pouco mais caro. Possui média resistência a abrasão, por isso, é menos utilizado em tampos de mesas e armários de cozinha, sendo mais empregado na “caixaria” dos móveis destinados a estes cômodos. Bem utilizado pode ser empregado em cozinhas e banheiros.
É encontrado em várias formas de acabamentos, de fosco até alto brilho, sendo que este pode comprometer a aparência, dependendo da superfície onde é aplicado e da qualidade da chapa.
Alta Pressão (AP)
Os laminados de alta pressão têm inúmeras vantagens, entre elas, a alta resistência à umidade, à alta temperatura, à ação de produtos de limpeza e até mesmo à abrasão. Esse laminado é uma sobreposição de camadas de papel Kraft, impregnadas com resina fenólica, e de uma folha de papel decorativa, impregnada com resina melamínica. Esse conjunto é submetido a um ciclo de prensagem a quente, obtendo-se o laminado compacto. São apresentados no mercado em duas versões: Standard e Postforming.
Standard: Laminado convencional de alta pressão. Devido à sua resistência superior às manchas, aos impactos e ao calor, proporciona mais durabilidade ao mobiliário. É muito utilizado em restaurantes, bares, residências, escritórios, clínicas e hospitais.
Postforming: Laminado decorativo de alta resistência termo-moldável, que se diferencia dos demais laminados, por sua propriedade de poder ser curvado quando aquecido em equipamento específico. A sua aplicação pode ser feita em bordas arredondadas, com raio mínimo interno ou externo de 12,7 mm. Pode ser usado em tampos de pias de banheiro, cozinha e escritórios.
PVC
A película decorativa de PVC é um material laminado (película de polímeros), projetado para acabamento de superfícies. A película de PVC, graças a uma grande variedade de cores, texturas e relevos, permite a representação de madeira, mármore, pedras, etc., não só na aparência, mas também ao toque. Não é apenas bonito, mas também prático, durável e barato.
São fabricados em bobinas e vendidas por metro. Evitando o desperdício das chapas e permitindo a cobertura de uma área maior e sem emendas.
São flexíveis em curvas e dobráveis a 90°, permitindo excelente nível de acabamento a frio.
Tintas
As tintas são revestimentos, viscosos, constituídos por um ou mais pigmentos, dispersos em uma resina que, ao sofrer processo de cura (secagem), após aplicado, forma uma película aderente ao substrato. Está película tem por finalidade proteger e decorar.
Dentre as várias possibilidades, o tipo de acabamento mais adequado para a madeira, MDF ou compensado, depende da finalidade de uso da peça, o que determinará a sua durabilidade. É preciso atentar para a preparação da superfície, a diluição do material e a quantidade a ser aplicada.
Laca

Acabamento associado à elegância, seja na versão com brilho, acetinada ou fosca, a laca é marcada pela versatilidade, possuindo uma infinidade de cores e tons.
O processo para preparação da peça para aplicação do acabamento consiste vários procedimentos e etapas a fim de deixar a superfície lisa, sem marcas e com poros fechados: lixar, aplicar massa e primer (substancia para preparação de superfícies), para somente depois ser aplicada a laca. O resultado é um acabamento liso, uniforme (sem emendas), de toque sedoso.
O sistema de pintura é realizado à pistola sobre a superfície a receber acabamento.
Utilizada para acabamentos de móveis a serem utilizados internamente.
Laca Nitro – Nitrocelulose
Produto cujo veículo principal é a Nitrocelulose, seu sistema de secagem é por evaporação de solventes. É de fácil aplicação e apresenta boa aderência entre demãos. Com ótimo alastramento, proporciona acabamentos uniformes. Sensíveis a solventes fortes, possui pouca resistência química e física.
Laca PU – Poliuretânico
São tintas compostas por dois componentes: Componente “A”, que é a tinta que contém resinas que reagem com o Componente “B” (Endurecedor PU), formando assim a tinta PU.
A secagem da tinta PU ocorre em duas etapas, primeiro ocorre à evaporação dos solventes e depois a reação química dos dois componentes (cura).
Devido à grande variedade de matérias primas e suas infinitas combinações, as tintas PU podem ter as mais variadas características, sendo as mais comuns:
boa resistência química, boa dureza, boa resistência ao amarelamento (alifático);
secagem rápida (em comparação com outros sistemas de cura por reação química); depois de curado não aceita retoques
Os acabamentos podem ser divididos em: brilhante, acetinado, fosco, texturizado e microtexturizado.

Esmalte
É uma tinta que permite um ótimo rendimento, durabilidade e beleza. Pode ser encontrada à base de solvente ou à base de água. Fornece ótimo acabamento, por possuir alto nível de manuseio e resistência, formando uma camada bem resistente por cima da superfície.
Pode ser aplicada tanto em áreas internas como externas, pois apresenta grande durabilidade e resistência a intempéries, tendo uma durabilidade média de 10 anos. É amplamente utilizada para trabalhos em metal e madeira.
A tinta esmalte pode ser encontrada com o acabamento fosco, brilho e acetinada. E é disponibilizada com uma infinidade de cores no sistema de preparação de tintas (sistema tintométrico).
Acabamentos Incolores
São produtos como seladoras, vernizes, stains e ceras que tem como finalidade, proteger e dar acabamento ressaltando as características naturais da madeira que desejamos serem evidenciadas.
Seladora
A seladora deve ser aplicada antes do verniz, ela prepara a superfície para o recebimento do acabamento, fechando os poros da madeira. Depois, é preciso lixar para retirar o excesso e limpar. A seladora fica transparente e não altera o aspecto da madeira.
Verniz

Película de acabamento quase transparente, usada geralmente em madeira, metal e outros materiais para proteção, profundidade e brilho.
Sua formulação tradicional contém óleo secante, resinas e um solvente como aguarrás , mas modernamente são utilizados também derivados de petróleo como poliuretano ou epóxi.
Vernizes com base nitrocelulósica secam por evaporação de solventes e protegem e embelezam a madeira de acordo com o acabamento escolhido, fosco, acetinado ou brilhante, porém a camada de proteção fecha parcialmente os poros, deixando aparentes os veios.
Já os vernizes com acabamento poliuretânico são bicomponentes, como nas lacas a secagem ocorre em duas etapas, primeiro a evaporação e posteriormente a reação química entre o catalizador e a base. Nesse tipo de verniz é possível conseguir uma superfície lisa aveludada, e a ocultação dos veios em relevos. Também é possível dar brilho, deixar acetinado ou fosco.
Como as tintas, alguns vernizes contém pigmentos para alterar a textura ou cor natural do objeto.
O verniz precisa de remoção completa da camada, para que seja feita a manutenção do produto.
Existem vernizes com formulações e características diferenciadas para uso externo ou interno, podem ser aplicados em decks, pisos, móveis em geral, esquadrias, forros, etc.
Stain
O stain penetra nas fibras da madeira, impregnando a peça. Sua fórmula contém resinas que repelem água, são fungicidas e evitam o empenamento da madeira. Como apresenta acabamento de poro aberto, forma uma camada de película superficial, que acompanha os movimentos naturais e inibe o aparecimento de trincas superficiais.
O impregnante também serve para mudar a cor da madeira para tonalidades mais escuras. Clarear a peça já é bem mais difícil.
Sua degradação é lenta, por erosão. Por isso, não ocorrem trincas, bolhas e descolamentos que exigiriam remoção total do acabamento. Basta para sua manutenção, apenas remover as partículas soltas na superfície e reaplicar o produto.
Possui alta resistência às ações climáticas, podendo ser utilizado em ambientes externos ou internos, em estruturas de madeira em geral, aplainadas, lixadas ou rústicas como portas, janelas, portões, beirais, forros, estruturas de telhado, gazebos, varandas, pérgulas, móveis rústicos e de jardim, cercas, guarda-corpos, entre outros.
Sua durabilidade depende da maior ou menor incidência direta do sol. Em ambientes externos com grande incidência de luz solar, (com exceção de decks, onde a manutenção deve ser realizada anualmente) a manutenção deverá ser executada a cada 2 ou 3 anos. Em ambientes internos ou locais com pouca incidência de luz solar, somente a partir de 5 anos, se for o caso.